Na segunda fase fomos avisados que deveríamos vir mais bem vestidos, isto é, vestir um terno em pleno calor de 35º de Santos. Ok. Mesmo lugar mesma hora e mesma dinâmica mas dessa vez com o gestor da plataforma comercial assistindo. Algumas diferenças pontuais entretanto.
Agora tinha de ser um produto e o tema era a Copa do Mundo de 2014. O produto tinha que ter as características do banco, isto é, inovador, tecnológico, sólido e com um diferencial competitivo. De cara eu tive a sacada perfeita e minha idéia foi de longe, a melhor idéia dada, eu inventei o que eu mais gosto, um jogo que na verdade era um aplicativo para iPhone sobre a Copa do Mundo e suas curiosidades. Um tipo de guru eletrônico onde você pensa o nome de um estádio, jogador, ou lugar da copa do mundo e com uma série de perguntas ele te dá a resposta.
Como a atividade agora era individual, me saí muito bem, mas pelo fato de ser individual, mas pelo fato de ter sido a melhor idéia mesmo. Encaixava com todos os requisitos necessários e pedidos. O sistema era o mesmo, dos produtos escolhiam-se 5 depois 3 e depois 1. O meu já digo não foi o nº 1. O que ficou foi a TV 3D, mas ela só foi escolhida por causa da minha defesa da TV em que todos do grupo entraram em consenso. Ali naquele moneto naquela discussão eu liderei e encaminhei todos para um objetivo comum, mesmo o meu produto não tendo sido o escolhido.
Me senti orgulhoso e eu sentia que tanto a entrevistadora quanto o gestor ficaram bem impressionados com a minha atuação positiva. Nesta segunda entrevista eu desenvolvi muito bem e me senti naqueles dias no navio em que tudo dava certo e no final eu ganhava o dia com uma bela e gorda gorjeta!
No fim todos se apresentaram individualmente mas como pessoas, não como personagens, e na minha apresentação eu contei que tive a oportunidade de ter conhecido 10 países do mundo, que eu escrevi um livro e que sou faixa preta de karatê-do além de um resumo das minhas experiências profissionais nas áreas mais relevantes que condiziam ali na vaga que no caso foi na Supritec.
Passei pra 3ª fase que era a entrevista final com o gestor. E é aí que entra o título do meu post. Me saí bem, perguntaram das minhas experiências anteriores, meus medos, meus sucessos, como eu poderia contribuir com a empresa e tal e respondi tudo com uma serenidade e verdade que só eu sei. Eu vi nos olhos deles que eles se interessaram por mim, eu vi nas expressões corporais que aquela vaga era pra mim e eu vi também que eu não ia ser chamado. Mas eu tinha esperanças.
Eu só queria saber porque este banco que tem nos seus valores 4 pilares principais que é são a humanidade, ética e respeito às leis, progresso e objetividade não me contratou. Eu aprendi muito a respeitar o seres humanos com a vivência direta e intensa no navio, todos que já tiveram comigo me conhecem como uma pessoa íntegra e ética seja no trabalho, seja pessoalmente, todas as etapas da minha vida até agora tem sido progressivas ou seja eu nunca retroagi em nada e apesar da ansiedade que me atrapalha eu sou uma pessoa bem objetiva.
E antes que vocês perguntem, sim, eu deixei isso bem claro, nas etapas das dinâmicas e mais ainda na entrevista com o gestor e a agência de RH. Não que meu currículo seja impecável, mas sejamos sinceros, é difícil me ignorar. Eu já escrevi um livro de cunho social premiado nacionalmente, eu tenho experiência profissional internacional, eu domino 2 línguas, falo 4 e consigo me comunicar basicamente em 11 (10 +1 dialeto local), estou dentro das minorias sociais que concluíram um ensino superior com mais de 98% de aproveitamento, sou um atleta de alta perfomance (8 anos de karatê - faixa-preta + 11 de natação - participei de campeonatos regionais, paulistas e seletivas para brasileiros).
Tenho domínio do uso da internet como ferramenta de comunicação social. Aliás antes de muita gente ter blog eu já tinha há milênios! Orkut? Facebook? Twitter? LastFM? Skype? Myspace? Spaces? Newgrounds? BlueBus? Acompanho todos desde os primórdios. Porra que mais falta? Assusta tanto assim ter alguém da geração Y no seu quadro de trabalhos? Já repararam que ninguém de RH numa empresa tem a minha idade ou menos?
Eu leio Terabytes de artigos de empregabilidade, RH, psicologia e administração e todos os articulistas tem medo ou não sabem lidar com a minha geração, a geração Y. Muitos preferem ter em seus quadros profissionais de uma geração anterior. Um Downgrade ao invés de um upgrade. Me pergunto então onde está a inovação neste pensamento, onde estão de verdade os valores que as empresas sempre esperam de um profissional no mercado.
Fico cada vez mais decepcionado com este tipo de tratamento, e cada vez mais me vejo indo num sub-emprego no exterior para ganhar a mesma coisa que eu ganharia aqui. Só que sem passar por esse tipo de humilhação (passaria por putras certeza), mas muito me incomoda saber que eu tenho boa parte dos pré-requisitos necessários e ainda assim receber este maldito e-mail de "Obrigado pela participação".
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